Braço da Balança de Arrecadação do Quinto do Ouro

O Braço da Balança da Arrecadação do Quinto do Ouro é um bem móvel do século XVIII (1730-5), tombado pelo município pela sua importância histórica e pela raridade. “Eu costumo dizer que milagrosamente ela sobreviveu desde aquela época”, conta o pesquisador Ulisses Passarelli, que contribuiu na montagem do Museu Tomé Portes del Rei, no Largo de São Francisco, onde o Braço está hoje como peça de destaque. 

Originalmente, ficava preso a uma parede da Casa da Intendência e Fundição do Ouro, onde hoje é a Escola Municipal Maria Teresa (Praça dos Expedicionários), responsável pela fiscalização, pesagem, fundição e controle da circulação de ouro nessa região da Comarca do Rio das Mortes. O Braço servia para a pesagem do ouro, contado para efeito de pagamento de impostos para Portugal, o famoso “quinto do ouro”, conforme determinava o “Regimento das Terras Minerais”.

A peça tem o formato de um braço forte que segura um pedaço de ferro, de onde pendia uma balança. O ouro era pesado nessa balança e a quinta parte dele, retirada como imposto. O restante era fundido e ficava no formato de lingotes, que recebiam nas pontas as seguintes informações: o selo da Casa de Fundição, o número de série e o quilate, o sistema usado para calcular sua pureza, as iniciais do ensaiador e o peso. (Veja mais).

Para circular pela colônia, o ouro precisava estar no formato de lingotes e com as referidas marcas. O portador ainda precisava carregar uma guia emitida pela Casa de Fundição, atestando a veracidade das informações. Também era preciso andar pelos caminhos oficiais, conhecidos hoje como Estrada Real, onde havia os postos de fiscalização, os Registros.

Anatomia

O tamanho e a força explícita na escultura deixam claro que este não era apenas um instrumento para pesar o ouro. Passarelli chama a atenção para o fato de que o braço está fazendo força. “A anatomia dos tendões entalhados, assim como a veia, você vê a tensão, os ligamentos estirados, um cuidado anatômico muito grande”, observa.

“Longe de representar apenas a questão meio dramática, essa representação quase teatral da força tem um lado simbólico da mão pesada, da mão forte de Portugal sobre o Brasil, da metrópole sobre

 a colônia, representando o peso dessa mão fechada, esse poderio. Ela tem essa representação do poder de quem estava ali, oficialmente cobrando seu imposto, sua taxa, sua carga.”

Museu Tomé Portes del Rei

Endereço: Rua Padre José Maria Xavier, 174, Centro, no Largo de São Francisco. 

Telefone: (32) 3372.6624

BEM MÓVEL TOMBADO PELO CMPPC

INVENTÁRIO

TOMBAMENTO

PROCESSO

DECRETO

2013

31/12/2006 E 10/02/2006

057/02

2.861

3.198

Fonte: Decreto 9.670,de 7 de dezembro de 2021.